Me diz, então, pra onde foi a tua vida? O seu namorado, a sua melhor amiga?
Por vezes, me pego fugindo. Junto minhas coisas, calço meu tênis e vou embora. Muitas vezes também esqueço de voltar. Corro, tenho medo, canso. E até me esqueci de qual era o motivo da fuga. Acho que tento fugir da minha vida. Nada de opinião alheia, gente que não acrescenta ou medo do vestibular. Fujo dos meus erros e meus impropérios. Fujo de mim. É tão cansativo ser a gente mesmo. Não que eu esteja reclamando ou que não goste. É que nem sempre quero estudar química ou acordar cedo pra ir aturar cliente chato. Não por ser coisas chatas, mas sim por ser coisas minhas. Hoje eu queria acordar num quarto diferente, comer algo exótico e conhecer um amor. E amanhã eu voltava ao meu quarto, meu estômago fraco e minha vida pseudo-solitária. Só pra dizer que conheço mais do mundo do que pensas e sei enxergar com outros olhos que não os meus. Só para as pessoas não desconfiarem e eu esquecer de como me sinto em relação a esse mundo torto. Só para gostar mais de mim. E de você.
Também nunca quis ser algo plausível de fazer sentido. Nem nunca tentei.
"Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso tanta coisa! E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! Gênio? Neste momento cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu, e a história não marcará, quem sabe? Nem um, nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. Não, não creio em mim. Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas! Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? Não, nem em mim (...)".
(Álvaro de Campos)
domingo, 17 de maio de 2009
terça-feira, 5 de maio de 2009
Costumes
Eu costumava gostar mais de mim mesma.
Costumava rir sem dar a menor importância se parecia conveniente, descabido ou necessário. Apenas ria, apenas por rir, por vontade de momento. Hoje isso parece tão distante.
(Claro que o usar o verbo "rir" pode dar um significado meio deprimente para o que eu quero passar, mas foi o primeiro que eu pensei, troque por outro, se lhe convir.)
Pensando nisso, acredito que costumava gostar mais de mim porque eu era, de fato, mais eu mesma.
Sempre gostei da coerência das crianças, "não vou porque não quero", "não como porque não gosto". Tão simples. Sem isso de fazer para agradar, se reprimir para não criar briga. Aliar útil ao agradável e só. E quando parei de ver o mundo com olhos de criança e fui obrigada me confrontar com a realidade e, pior, com a responsabilidade, as coisas meio que pararam de fazer tanto sentido quanto faziam antes.
Penso na minha vida de dois anos atrás, resumidamente, tudo que eu queria agora. Me diz então, por que, diabos, eu reclamava dela? Ai, seres humanos, todos iguaizinhos e deprimentes.
Deixei de ser nostálgica e passei a ser ansiosa por viver. Sempre numa espera interminável do início da minha vida, digo, de começar pra valer. E também sempre olhando por cima do ombro, desconfiada, esperando pela próxima cilada que a vida está tramando para mim.
Para quem espera uma conclusão brilhante desse texto, sinto desapontar. Ainda não concluí esse pensamento, não sei o que quero da vida e me questiono porque ainda não fui dormir, considerando que é quase duas da madrugada. Apenas quis exercitar minha terapia escrita e tentar a sorte para ver se assim as coisas se tornavam mais plausíveis. Não deu certo, enfim. Quando eu souber a resposta, prometo que volto aqui. Ou simplesmente na próxima madrugada com insônia. Estava com saudades.
"Há muito mais pessoas boas do que maldade no mundo, basta procurar com vontade."
Costumava rir sem dar a menor importância se parecia conveniente, descabido ou necessário. Apenas ria, apenas por rir, por vontade de momento. Hoje isso parece tão distante.
(Claro que o usar o verbo "rir" pode dar um significado meio deprimente para o que eu quero passar, mas foi o primeiro que eu pensei, troque por outro, se lhe convir.)
Pensando nisso, acredito que costumava gostar mais de mim porque eu era, de fato, mais eu mesma.
Sempre gostei da coerência das crianças, "não vou porque não quero", "não como porque não gosto". Tão simples. Sem isso de fazer para agradar, se reprimir para não criar briga. Aliar útil ao agradável e só. E quando parei de ver o mundo com olhos de criança e fui obrigada me confrontar com a realidade e, pior, com a responsabilidade, as coisas meio que pararam de fazer tanto sentido quanto faziam antes.
Penso na minha vida de dois anos atrás, resumidamente, tudo que eu queria agora. Me diz então, por que, diabos, eu reclamava dela? Ai, seres humanos, todos iguaizinhos e deprimentes.
Deixei de ser nostálgica e passei a ser ansiosa por viver. Sempre numa espera interminável do início da minha vida, digo, de começar pra valer. E também sempre olhando por cima do ombro, desconfiada, esperando pela próxima cilada que a vida está tramando para mim.
Para quem espera uma conclusão brilhante desse texto, sinto desapontar. Ainda não concluí esse pensamento, não sei o que quero da vida e me questiono porque ainda não fui dormir, considerando que é quase duas da madrugada. Apenas quis exercitar minha terapia escrita e tentar a sorte para ver se assim as coisas se tornavam mais plausíveis. Não deu certo, enfim. Quando eu souber a resposta, prometo que volto aqui. Ou simplesmente na próxima madrugada com insônia. Estava com saudades.
"Há muito mais pessoas boas do que maldade no mundo, basta procurar com vontade."
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