terça-feira, 5 de maio de 2009

Costumes

Eu costumava gostar mais de mim mesma.
Costumava rir sem dar a menor importância se parecia conveniente, descabido ou necessário. Apenas ria, apenas por rir, por vontade de momento. Hoje isso parece tão distante.
(Claro que o usar o verbo "rir" pode dar um significado meio deprimente para o que eu quero passar, mas foi o primeiro que eu pensei, troque por outro, se lhe convir.)
Pensando nisso, acredito que costumava gostar mais de mim porque eu era, de fato, mais eu mesma.
Sempre gostei da coerência das crianças, "não vou porque não quero", "não como porque não gosto". Tão simples. Sem isso de fazer para agradar, se reprimir para não criar briga. Aliar útil ao agradável e só. E quando parei de ver o mundo com olhos de criança e fui obrigada me confrontar com a realidade e, pior, com a responsabilidade, as coisas meio que pararam de fazer tanto sentido quanto faziam antes.
Penso na minha vida de dois anos atrás, resumidamente, tudo que eu queria agora. Me diz então, por que, diabos, eu reclamava dela? Ai, seres humanos, todos iguaizinhos e deprimentes.
Deixei de ser nostálgica e passei a ser ansiosa por viver. Sempre numa espera interminável do início da minha vida, digo, de começar pra valer. E também sempre olhando por cima do ombro, desconfiada, esperando pela próxima cilada que a vida está tramando para mim.
Para quem espera uma conclusão brilhante desse texto, sinto desapontar. Ainda não concluí esse pensamento, não sei o que quero da vida e me questiono porque ainda não fui dormir, considerando que é quase duas da madrugada. Apenas quis exercitar minha terapia escrita e tentar a sorte para ver se assim as coisas se tornavam mais plausíveis. Não deu certo, enfim. Quando eu souber a resposta, prometo que volto aqui. Ou simplesmente na próxima madrugada com insônia. Estava com saudades.

"Há muito mais pessoas boas do que maldade no mundo, basta procurar com vontade."

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que você acha disso?