Acabou. Como eu previ no instante em que os nossos lábios se tocaram pela primeira vez. Mas foi pior do que eu achei que seria, quando desejei por isso. Eu não estive apaixonada. Não havia o menor sinal de borboletas ou qualquer outro bicho patético no meu estômago. Eu achava que estava no controle da situação. E é sempre assim que a gente se ferra, né?
Você não levava nada a sério, não se comunicava direito comigo (logo eu, que estudo comunicação social), não me respeitava. Você tinha um filho. Gostava de black. Não suportava cigarro. E são duas da manhã de um domingo e eu sinto a sua falta. Bastante.
É tão errado, não é? Bati o pé para não conhecer sua mãe, para não falarmos de compromisso, para você não conhecer meus amigos. E agora eu sinto vontade de chorar e queria um abraço seu. Queria sua mão me esquentando, reclamar da sua barba e sentir ciúme dos seus amigos.
Eu que não gostava direito de você, esperei ansiosamente, como criança em véspera de natal, que você me presenteasse com seu afeto, com sua paixão. Não pelas palavras, que vieram cedo demais. Queria que você viesse me dar remédio quando eu estivesse doente ou que você desistisse do jogo do time do seu coração para vir ficar comigo e minha carência de domingo. Assim como eu fiz por você.
Não foi justo. Logo eu, que sempre prezei pela lealdade. Foi sempre do seu jeito, sempre me anulando, sempre insistindo. Porque achava que valia. A certeza que não terminaria me magoando era motivadora.
Pois é, não aprendi. Todos os meus desastrosos relacionamentos não me ensinaram nada. Eu continuo insistindo nas pessoas e nos homens. Insistindo nesse tal de amor. Amor que eu já desprezei e afirmei que não existia diversas vezes.
Não adianta pedir para você voltar. Só vai aumentar a agonia e meu consumo de café com whisky e chocolate. Mas o que eu faço se dói de olhar para o meu celular que insiste em avisar que "não, Maiara, não há novas mensagens"? E a pizza que você está me devendo? E nossas visitas de madrugada ao Fran's Café? E se sua irmã me ligar de novo? E quando minha mãe me perguntar de você? E a minha culpa?
Sim, sei que a gente não ia mesmo dar certo. Sei que paramos até tarde demais. Não quero mais me estressar, sentir que você não está sendo honesto, engolir o choro e pedir para você me levar para casa. Não quero mais ficar com alguém que me deixa sozinha. Mas queria você. Assim, como quem não quer nada.
Sempre foi a saudade que acabou ficando comigo até o final.
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