Sei que conversamos pouco, porque você pelo visto não é uma pessoa que fala muito. Se você conseguir ler isso, é porque achei que era o certo a se fazer, portanto, veja como algo bom, não importa o que você pense a respeito.
Eu te escrever isso já é um bom sinal, porque há coisas que não podem ficar guardadas comigo assim, sem ter a devida atenção que merecem, especialmente da minha parte. Até mesmo porque, escrever é uma das coisas que acho que sei fazer direito. Se não o faço, ao menos me alivia um tanto a alma. E é algo parecido que preciso fazer: tenho que te mostrar um pouco dos meus pensamentos.
Eu preciso tomar uma decisão, e vai doer. Eu mal te conheço, sei pouco sobre você. Você nunca quis se abrir pra mim. No entanto, eu vejo que há algo em você que eu ainda não conheço, mas sinto que é algo muito bom. Eu posso ver isso no seu sorriso, nos seus olhos.
Eu tentei conversar. Eu tentei te ver diversas vezes. Tentei mostrar que sou boa companhia e mais, companheira, amiga. Que quero te fazer bem, te conhecer melhor para então saber o que sinto, mas você simplesmente não se importa. Você não quer e pronto.
E eu? Bom, eu tenho consciência de que eu não sou uma garota qualquer e que mereço um tratamento totalmente diferente e melhor do que eu recebo de você. Você não quer tentar. E eu nem mesmo falo em namoro. Falo em conhecer você, se deixar conhecer por mim. Poderíamos ser grandes amigos, o que se sabe do futuro?
Sei que eu sou muito tranqüila, embora tenha esse meu jeito agitado, falante, ansiosa. Quase nunca afobada. Aprendi com você. Sou feliz, e isso transborda, sabe? E há um bom tempo não me interesso em conhecer ninguém de verdade. Imagino você um cara tranqüilo, desde que tudo seja como você quer. Você é calado, mas sei que no seu silêncio pensa, e muito. O pouco que fala é certeiro, claro e inteligente. Interessante. Apaixonante para alguém mais desavisado. Mas é precavido demais, daqueles que ficam com os dois pés atrás. Preguiçoso, dorminhoco. Que até gosta de sair, mas se pensar que pode ficar em casa deitado vendo um filme ou lendo, dá aquela preguicinha… até mesmo por conta do que você faz. Mas também acho que é um cara super família, carinhoso e tem um abraço que passa uma paz imensa a quem você abraça.
Enfim, eu acho muito, mas vi e sei muito pouco. Mereço ser tratada de forma diferente e isso não é algum tipo de cobrança nem significa nada de mais. Não peço para conhecer sua mãe, usar uma aliança ou qualquer coisa que vá além de bons encontros. Isso a gente vê pra frente, se calhar. Ou não, sei lá. Apenas significa entender que eu sou, sim, uma garota com muitas qualidades – e sem nenhuma modéstia, qualidades que andam em falta por aí – mas por alguma razão, nem mesmo ter algum contato um pouco mais constante comigo você quer.
Perdi, sei admitir isso. Eu que já não sou assim, muito de ganhar. Não é bom, dói, mas eu fiz o que pude, o que você me deixou fazer. Eu só quis uma chance de mostrar quem sou, saber quem você é. Como fazemos com a maioria das pessoas.
Me coloquei em situações onde me subestimei demais. Sou tão mais que isso, porque oferecer só encontros fulgazes e físicos? Fiz porque quis, mas principalmente porque esperava pela chance de te conhecer, me mostrar, eu não queria perder essa chance. A gente pisca e o momento se perde. Aquele momento que pode mudar tudo.
De novo: eu não falo em namoro, por favor. Eu falo em chances. Não se prevê o futuro, mas pode-se fazer o melhor para termos pessoas boas na nossa vida: amigos, família, amores.
Eu não faço idéia porque quero tanto gastar meu tempo com você, mas algo me diz que seria bom. E eu não sou de correr, eu gosto de fazer as coisas acontecerem. Tentei.
Enfim, sinto que perdi essa partida e, como boa perdedora, que fez o que pôde até onde conseguiu, vou engolir a minha derrota quieta, até que a sensação de perder passe, assim é a vida. No entanto, posso sair de cabeça erguida, eu fiz o que pude, o que me deixaram fazer.
No entanto, se você acreditar em chances e nas pessoas, você sabe como me achar. Por favor, se isso acontecer, não deixe esse momento passar. Pode ser aquele momento que vai mudar tudo, não importa como.
(Levemente adaptado de: http://garotacarioca.net/2009/05/da-serie-escrevi-e-nao-mandei/)
terça-feira, 5 de outubro de 2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Para ganhar meu coração.
Dizem que tudo nessa vida é merecimento. Pois então. Para ganhar meu coração, é evidente que essa regra também se aplica.
Para ganhar meu coração é preciso muito mais que determinação. Dedicação é essencial. Cuidado, sabe? Para ganhar meu coração é preciso saber escrever direito, se vestir direito, falar bonito e usar um perfume que eu decore. Mas deixe todo o resto da vaidade para mim, por favor, metrossexualidade não faz sucesso pra mim. Tem que gostar de Bob Esponja e O Teatro Mágico. E se sensibilizar com filmes. E refletir com músicas. E discutir tudo isso comigo.
Para ganhar meu coração tem que saber apreciar o melhor da vida. E de cada estação. E não pode desanimar com chuva na praia. Pelo contrário. Me surpreenda, sempre! Ao cair a chuva, me tome pelas mãos e me convide para dançar. Aliás, não. Seja criativo. Me dê presentes para provar que se lembrou de mim. Não estou falando de gastar dinheiro, muito menos de clichês. Um bilhetinho, uma flor colhida no caminho percorrido ao meu encontro já está de bom tamanho.
Para ganhar meu coração tem que sorrir com coisas simples e se lembrar de mim sem motivo. Tem que gostar de animais. E de crianças. Mas sem desejo obsessivo por filhos.
É necessário que saiba dirigir, mas goste de andar de patins. E me ensine a andar de skate.
Mas a sábia Tati Bernardi, sempre teve uma boa fórmula para ajudar... Se nada disso funcionar, experimente me amar.
Para ganhar meu coração é preciso muito mais que determinação. Dedicação é essencial. Cuidado, sabe? Para ganhar meu coração é preciso saber escrever direito, se vestir direito, falar bonito e usar um perfume que eu decore. Mas deixe todo o resto da vaidade para mim, por favor, metrossexualidade não faz sucesso pra mim. Tem que gostar de Bob Esponja e O Teatro Mágico. E se sensibilizar com filmes. E refletir com músicas. E discutir tudo isso comigo.
Para ganhar meu coração tem que saber apreciar o melhor da vida. E de cada estação. E não pode desanimar com chuva na praia. Pelo contrário. Me surpreenda, sempre! Ao cair a chuva, me tome pelas mãos e me convide para dançar. Aliás, não. Seja criativo. Me dê presentes para provar que se lembrou de mim. Não estou falando de gastar dinheiro, muito menos de clichês. Um bilhetinho, uma flor colhida no caminho percorrido ao meu encontro já está de bom tamanho.
Para ganhar meu coração tem que sorrir com coisas simples e se lembrar de mim sem motivo. Tem que gostar de animais. E de crianças. Mas sem desejo obsessivo por filhos.
É necessário que saiba dirigir, mas goste de andar de patins. E me ensine a andar de skate.
Mas a sábia Tati Bernardi, sempre teve uma boa fórmula para ajudar... Se nada disso funcionar, experimente me amar.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Cicatriz
Nenhuma cicatriz é fruto do acaso. Pelo contrário, todas tem uma razão de ser e é uma prova de algo do passado. Algo que marcou, literalmente.
Há quem se queixe de cicatrizes que 'enfeiam' o corpo, há quem se orgulhe. Existem músicas, filmes e livros de sucesso que giram em torno desse referencial: cicatriz.
O que define uma cicatriz? É apenas um machucado que se curou? Uma ferida aberta que permitiu que a pele se regenerasse? Bem próximo disso, acredito. Mas o machucado, essa ferida, impôs uma condição para melhorar: não seria como antes. A cor da pele em tom diferente é uma marca, um lembrete.
Existem cicatrizes invisíveis, também. Marcas que a nossa vida deixou na nossa alma ou coração. Ou nos dois. E elas se refletem todos os dias, até quando nem desconfiamos que aquilos são cicatrizes. Aquela mania obsessiva de limpar os sapatos no tapete antes de entrar em casa é uma cicatriz que sua mãe, após tantas broncas, fez fincar em você. Harry Potter tinha uma cicatriz em forma de raio que era uma ligação com seu maior inimigo. Mais tarde descobriu que era um pedaço da alma do inimigo que residia nele.
Cicatrizes... Elas são simples, todos temos e sempre carregam um significado especial. Não tem jeito.
Maria Helena era uma garota fantástica. Animada, desencanada, leve. Qualquer garoto sonharia em namorar com ela. Tão tranquila. Arrumou um namorado. Foi traída. E foi com sua melhor amiga. Ela superou. Maria Helena sempre foi forte e não seria um carinha que não soube lhe dar valor que a faria chorar pelos cantos. Tudo bem, ela chorou um pouquinho, ela tem sentimentos. Mas passou. Ela voltou a ser a garota animada, leve e desencanada, sonho de namoro perfeito para qualquer garoto que se preze. Mas pode fazer declaração de amor, serenata, pedir ao pai dela de joelhos. Não adianta. Ela não namora mais.
Conseguem enxergar a cicatriz?
Eu disse, as feridas se fecham. O machucado para de incomodar. A dor cessa. A vida continua. Mas a cicatriz, meu bem... ela é para sempre. Pode olhar na pele, ela pode suavizar com o tempo, mas sempre estará lá. No coração também. Mesmo que você não enxergue, de repente, será lembrado o quanto a recuperação, mesmo que não fosse física, foi dolorosa.
Cicatrizes são lembretes. Provas que nada será como antes.
Boa sorte com a cirurgia a laser.
"Amor? Não sei. É meio paranóico. Parece uma coisa para enlouquecer a gente devagar."
(Caio F. Abreu)
Há quem se queixe de cicatrizes que 'enfeiam' o corpo, há quem se orgulhe. Existem músicas, filmes e livros de sucesso que giram em torno desse referencial: cicatriz.
O que define uma cicatriz? É apenas um machucado que se curou? Uma ferida aberta que permitiu que a pele se regenerasse? Bem próximo disso, acredito. Mas o machucado, essa ferida, impôs uma condição para melhorar: não seria como antes. A cor da pele em tom diferente é uma marca, um lembrete.
Existem cicatrizes invisíveis, também. Marcas que a nossa vida deixou na nossa alma ou coração. Ou nos dois. E elas se refletem todos os dias, até quando nem desconfiamos que aquilos são cicatrizes. Aquela mania obsessiva de limpar os sapatos no tapete antes de entrar em casa é uma cicatriz que sua mãe, após tantas broncas, fez fincar em você. Harry Potter tinha uma cicatriz em forma de raio que era uma ligação com seu maior inimigo. Mais tarde descobriu que era um pedaço da alma do inimigo que residia nele.
Cicatrizes... Elas são simples, todos temos e sempre carregam um significado especial. Não tem jeito.
Maria Helena era uma garota fantástica. Animada, desencanada, leve. Qualquer garoto sonharia em namorar com ela. Tão tranquila. Arrumou um namorado. Foi traída. E foi com sua melhor amiga. Ela superou. Maria Helena sempre foi forte e não seria um carinha que não soube lhe dar valor que a faria chorar pelos cantos. Tudo bem, ela chorou um pouquinho, ela tem sentimentos. Mas passou. Ela voltou a ser a garota animada, leve e desencanada, sonho de namoro perfeito para qualquer garoto que se preze. Mas pode fazer declaração de amor, serenata, pedir ao pai dela de joelhos. Não adianta. Ela não namora mais.
Conseguem enxergar a cicatriz?
Eu disse, as feridas se fecham. O machucado para de incomodar. A dor cessa. A vida continua. Mas a cicatriz, meu bem... ela é para sempre. Pode olhar na pele, ela pode suavizar com o tempo, mas sempre estará lá. No coração também. Mesmo que você não enxergue, de repente, será lembrado o quanto a recuperação, mesmo que não fosse física, foi dolorosa.
Cicatrizes são lembretes. Provas que nada será como antes.
Boa sorte com a cirurgia a laser.
"Amor? Não sei. É meio paranóico. Parece uma coisa para enlouquecer a gente devagar."
(Caio F. Abreu)
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Sobre sorrisos e respeito.
- Tá certo que o sonho acabou, mas também não precisa virar pesadelo.
E é bem por aí mesmo...
Eis que um dia tu conheceu uma garota legal. Um sorriso bonito, um gosto musical que fluía com o seu e conversas que duravam mais do que uma madrugada poderia reter. Se beijaram, tiveram uma história bacana. Para ela as coisas eram assim também. Espero que para você tenha realmente sido como foi descrito. Foram dias apaixonantes, apaixonados. Início de grandes declarações, coisas bonitas de se ouvir e de se dizer. E beijos. Ah, sim, os beijos foram tão importantes quanto. Aí acabou. Tudo bem, acontece. Ela ficou chateada, pareceu que você não se importou muito. Mas tudo bem. Quem se importa? É assim mesmo, arde e depois passa. Ela voltou a sorrir tão bonito quanto antes dos seus elogios, continua a escutar no último volume suas músicas preferidas (suas... e dela), a ter um papo divertido. Dizem que o beijo dela até melhorou. Sim, é assim mesmo. Ela ainda pensa em você quando está de tpm e falta chocolate e pensamento melhor na mente, mas nada grave. Ela jura. Ela aprendeu a superar de uma maneira mais bonita e menos dramática. Com menos lágrimas e mais tequila. E mais sorrisos e mais amigos. E mais festas de faculdade e veteranos gatos. Você também mudou. Arrumou outro emprego, outras formas de falar de amor e um novo corte de cabelo, quem sabe. A vida é para mudar mesmo, meus caros. Aí você conheceu um alguém. Uma outra alguém, aliás. Uma alguém que parece ter um sorriso bonito, um bom papo e um cabelo que deveria ser sacudido em um comercial de shampoo. A gente se apaixona à toa. É normal. A alguém te faz bem, sorte tua. Iniciam uma nova história de amor, dessas que ainda não dá para avaliar se acabará em festa de bodas ou consulta à terapeutas, mas ainda assim, bonita. A outra garota legal? Mas como era o nome dela mesmo, hein? Não tem problema nenhum em ser civilizado. Não quer, tudo bem. Respeito aos próprios sentimentos é primordial. Acontece, mesmo. Mas não vale esquecer que tu prometeu seu coração à ela. A garota legal do início do texto, não a atual namorada. Ela acreditou, sabe? E doeu tu ter tomado ele das mãos dela como se não fosse nada. Ela superou, voltou a sorrir bonito, mas não significa que ela não se importa mais. Poxa! Acabou e tu nem se deu ao trabalho de contar a ela. Explicação então, que nada. Ela teve que colar sozinha o coração dela. Tudo bem que o coração dela já adquiriu uma matéria um tanto elástica depois de tudo que já passou, mas ainda deve ser tratado com cuidado. Aí tu faz declarações a nova garota que te faz bem e sorri bonito. Faz promessas e a beija. A garota legal do início do texto não liga para isso. Ela é a boazinha e até torce para tua felicidade. Desde que haja respeito. As promessas, os beijos, as declarações... tudo bem, mas tinha que ser igual às que tu fazia para ela? Você chegou a reparar? Os mesmos apelidos, os mesmos símbolos, a porra da mesma frase que tu havia mandado por depoimento... Isso é feio, rapaz. Mamãe nunca te ensinou a tratar direito coração de donzelas indefesas que nunca fizeram nada contra você? É errado com as duas, sabe? As duas garotas legais do sorriso bonito. As duas que tu já prometeu teu coração. A do início da história e a que chegou depois. As duas não merecem. E o errado é você. Quer ser feliz? Seja, oras. Mas invente apelidos e declarações novas, por favor. Respeite o amor antigo. Ele merece. Seu amor merece. Você merece. Elas merecem.
Pode parecer pouco, mas não se engane, ela não vai mais sorrir bonito para você.
(A Má continua sem saber terminar as histórias de maneira satisfatória. Vai ver que a história também não terminou. Não terminou, nem é satisfatória.)
E é bem por aí mesmo...
Eis que um dia tu conheceu uma garota legal. Um sorriso bonito, um gosto musical que fluía com o seu e conversas que duravam mais do que uma madrugada poderia reter. Se beijaram, tiveram uma história bacana. Para ela as coisas eram assim também. Espero que para você tenha realmente sido como foi descrito. Foram dias apaixonantes, apaixonados. Início de grandes declarações, coisas bonitas de se ouvir e de se dizer. E beijos. Ah, sim, os beijos foram tão importantes quanto. Aí acabou. Tudo bem, acontece. Ela ficou chateada, pareceu que você não se importou muito. Mas tudo bem. Quem se importa? É assim mesmo, arde e depois passa. Ela voltou a sorrir tão bonito quanto antes dos seus elogios, continua a escutar no último volume suas músicas preferidas (suas... e dela), a ter um papo divertido. Dizem que o beijo dela até melhorou. Sim, é assim mesmo. Ela ainda pensa em você quando está de tpm e falta chocolate e pensamento melhor na mente, mas nada grave. Ela jura. Ela aprendeu a superar de uma maneira mais bonita e menos dramática. Com menos lágrimas e mais tequila. E mais sorrisos e mais amigos. E mais festas de faculdade e veteranos gatos. Você também mudou. Arrumou outro emprego, outras formas de falar de amor e um novo corte de cabelo, quem sabe. A vida é para mudar mesmo, meus caros. Aí você conheceu um alguém. Uma outra alguém, aliás. Uma alguém que parece ter um sorriso bonito, um bom papo e um cabelo que deveria ser sacudido em um comercial de shampoo. A gente se apaixona à toa. É normal. A alguém te faz bem, sorte tua. Iniciam uma nova história de amor, dessas que ainda não dá para avaliar se acabará em festa de bodas ou consulta à terapeutas, mas ainda assim, bonita. A outra garota legal? Mas como era o nome dela mesmo, hein? Não tem problema nenhum em ser civilizado. Não quer, tudo bem. Respeito aos próprios sentimentos é primordial. Acontece, mesmo. Mas não vale esquecer que tu prometeu seu coração à ela. A garota legal do início do texto, não a atual namorada. Ela acreditou, sabe? E doeu tu ter tomado ele das mãos dela como se não fosse nada. Ela superou, voltou a sorrir bonito, mas não significa que ela não se importa mais. Poxa! Acabou e tu nem se deu ao trabalho de contar a ela. Explicação então, que nada. Ela teve que colar sozinha o coração dela. Tudo bem que o coração dela já adquiriu uma matéria um tanto elástica depois de tudo que já passou, mas ainda deve ser tratado com cuidado. Aí tu faz declarações a nova garota que te faz bem e sorri bonito. Faz promessas e a beija. A garota legal do início do texto não liga para isso. Ela é a boazinha e até torce para tua felicidade. Desde que haja respeito. As promessas, os beijos, as declarações... tudo bem, mas tinha que ser igual às que tu fazia para ela? Você chegou a reparar? Os mesmos apelidos, os mesmos símbolos, a porra da mesma frase que tu havia mandado por depoimento... Isso é feio, rapaz. Mamãe nunca te ensinou a tratar direito coração de donzelas indefesas que nunca fizeram nada contra você? É errado com as duas, sabe? As duas garotas legais do sorriso bonito. As duas que tu já prometeu teu coração. A do início da história e a que chegou depois. As duas não merecem. E o errado é você. Quer ser feliz? Seja, oras. Mas invente apelidos e declarações novas, por favor. Respeite o amor antigo. Ele merece. Seu amor merece. Você merece. Elas merecem.
Pode parecer pouco, mas não se engane, ela não vai mais sorrir bonito para você.
(A Má continua sem saber terminar as histórias de maneira satisfatória. Vai ver que a história também não terminou. Não terminou, nem é satisfatória.)
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Redenção.
Imagine uma torneira pigando incessantemente, com um copo posicionado exatamente embaixo dela.
Pense em cada gota que cai, livremente, uma após a outra, acumulando-se. O copo vai enchendo, enchendo, enchendo, enchendo... Talvez um pouco mais devagar do que o normal é verdade, mas lembre-se, é apenas um gotejar. Quem daria importância para simples gotas? Quem pensaria que elas alterariam algo, de fato?
E lá estão as gotas, continuando a cair dentro do copo. E lá está o copo, acumulando cada gota dentro de si.
Eis estão que o copo está absolutamente cheio, e então... cai mais uma gota, apenas mais uma. O copo transborda.
A culpa não é da última gota. Muito menos do pobre copo, que acumulou tantas outras gotas sem reclamar, sem ao menos se manifestar.
O problema estava na torneira o tempo todo.
Dedicado a: Jéssica, Guga, Gustavo, mamãe, papai, irmã-do-meio e todos que gostam de culpar a porra do copo.
Pense em cada gota que cai, livremente, uma após a outra, acumulando-se. O copo vai enchendo, enchendo, enchendo, enchendo... Talvez um pouco mais devagar do que o normal é verdade, mas lembre-se, é apenas um gotejar. Quem daria importância para simples gotas? Quem pensaria que elas alterariam algo, de fato?
E lá estão as gotas, continuando a cair dentro do copo. E lá está o copo, acumulando cada gota dentro de si.
Eis estão que o copo está absolutamente cheio, e então... cai mais uma gota, apenas mais uma. O copo transborda.
A culpa não é da última gota. Muito menos do pobre copo, que acumulou tantas outras gotas sem reclamar, sem ao menos se manifestar.
O problema estava na torneira o tempo todo.
Dedicado a: Jéssica, Guga, Gustavo, mamãe, papai, irmã-do-meio e todos que gostam de culpar a porra do copo.
sábado, 26 de junho de 2010
A Fé Solúvel.
Era uma boa cristã. Acreditava em Deus com toda sua alma e coração. Frequentava a missa aos sábados e o grupo de jovens católicos aos domingos. Rezava antes de dormir. Possuía uma fé inabalável.
Considerava seus amigos perfeitos, sua família muito boa e seus problemas oportunidades de melhorar como pessoa. Era uma boa pessoa. De tantas e todas as forma que alguém pode ser uma boa pessoa.
Sua irmã ficou doente. A família só se lembrava da irmã e dos problemas e ninguém tinha tempo para ela. Quando tinha, era tempo para brigar. Aprendeu a ficar no seu canto. O melhor dos amigos abandonou e decepcionou de um modo que até hoje não se sabe se é possível ser feito. Aprendeu a não contar muito com outras pessoas. Alguns amigos a vida foi impondo distâncias, outros vacilaram, outros sabe-se lá o que aconteceu. Sumiram, um a um. Aprendeu a se virar sozinha. Garotos traíram, ela, suas amigas e toda sua crença no amor. Aprendeu a não se apaixonar. As brigas em casa não tinham fim, o diálogo não fluía. Aprendeu a ficar quieta. Terminou a escola com mérito, entrou na faculdade que queria. Ninguém reparou. Aprendeu a não sonhar.
Fé é solúvel? Igual café em pó?
Pois em meio a tudo, ela se esqueceu de rezar. Esqueceu também quando se esqueceu.
Por favor, não me analise
Não fique procurando
cada ponto fraco meu
Se ninguém resiste a uma análise
profunda, quanto mais eu!
Ciumenta, exigente, insegura, carente
toda cheia de marcas que a vida deixou:
Veja em cada exigência
um grito de carência,
um pedido de amor!
Amor, amor é síntese,
uma integração de dados:
não há que tirar nem pôr.
Não me corte em fatias,
(ninguém abraça um pedaço),
me envolva todo em seus braços
E eu serei perfeita, amor!
Do livro "Bom dia amor!", 1990.
Mirthes Mathias.
Considerava seus amigos perfeitos, sua família muito boa e seus problemas oportunidades de melhorar como pessoa. Era uma boa pessoa. De tantas e todas as forma que alguém pode ser uma boa pessoa.
Sua irmã ficou doente. A família só se lembrava da irmã e dos problemas e ninguém tinha tempo para ela. Quando tinha, era tempo para brigar. Aprendeu a ficar no seu canto. O melhor dos amigos abandonou e decepcionou de um modo que até hoje não se sabe se é possível ser feito. Aprendeu a não contar muito com outras pessoas. Alguns amigos a vida foi impondo distâncias, outros vacilaram, outros sabe-se lá o que aconteceu. Sumiram, um a um. Aprendeu a se virar sozinha. Garotos traíram, ela, suas amigas e toda sua crença no amor. Aprendeu a não se apaixonar. As brigas em casa não tinham fim, o diálogo não fluía. Aprendeu a ficar quieta. Terminou a escola com mérito, entrou na faculdade que queria. Ninguém reparou. Aprendeu a não sonhar.
Fé é solúvel? Igual café em pó?
Pois em meio a tudo, ela se esqueceu de rezar. Esqueceu também quando se esqueceu.
(E, pelo visto, é a única coisa que se esqueceu com sucesso, em anos...)
Por favor, não me analise
Não fique procurando
cada ponto fraco meu
Se ninguém resiste a uma análise
profunda, quanto mais eu!
Ciumenta, exigente, insegura, carente
toda cheia de marcas que a vida deixou:
Veja em cada exigência
um grito de carência,
um pedido de amor!
Amor, amor é síntese,
uma integração de dados:
não há que tirar nem pôr.
Não me corte em fatias,
(ninguém abraça um pedaço),
me envolva todo em seus braços
E eu serei perfeita, amor!
Do livro "Bom dia amor!", 1990.
Mirthes Mathias.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Infinitivo.
A garota tentava se segurar para não cair no louco balancear do ônibus e, mesmo com o frio que fazia em São Paulo naqueles dias, sua blusa fina acabava deixando à mostra a tatuagem no punho, com o símbolo do infinito...
E a outra garota que observava a cena detestava tatuagens. E indiretas.

Existe o telefone que não toca, os amigos que se acomodam com a distância, geográfica ou não, os problemas que não se dissipam com abraços, a cegueira voluntária humana, a paixão que Platão resolveu inventar, o sentimento de bem-estar que não existe.
E a outra garota que observava a cena detestava tatuagens. E indiretas.

Existe o telefone que não toca, os amigos que se acomodam com a distância, geográfica ou não, os problemas que não se dissipam com abraços, a cegueira voluntária humana, a paixão que Platão resolveu inventar, o sentimento de bem-estar que não existe.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Levemente desnecessário.
- Não é que eu precise de um namorado. Apenas não gosto de não ter companhia no frio. E tu sabe, essa cidade é um caos, as coisas são malucas, eu não posso comer mais chocolate (do que já comi) essa semana e uma boa companhia é importante. Um abraço para curar o desespero depois de ver tanto cinza é importante. Uma respiração bem rente ao meu corpo. Alguém para conversar sem sentir dor de cabeça. Alguém para lembrar na hora que eu estiver me divertindo escolhendo um cd qualquer...
- ...
- Tá, eu preciso de um namorado.
- ...
- Tá, eu preciso de um namorado.
terça-feira, 6 de abril de 2010
- Mas você vive machucada, vive se machucando. Por quê?
- Tu realmente acha que eu me machuco porque quero? Eu apenas... me machuco. E depois tento me curar, como qualquer pessoa.
- Parece que teu Merthiolate não é muito bom, olha só quantas marcas e cicatrizes...
- Isso porque tu não viu as que não dá pra enxergar com os olhos... Aí sim tu iria ficar surpreso.
(Porque ás vezes é preferível ter um acidente de carro a sofrer de amor...)
- Tu realmente acha que eu me machuco porque quero? Eu apenas... me machuco. E depois tento me curar, como qualquer pessoa.
- Parece que teu Merthiolate não é muito bom, olha só quantas marcas e cicatrizes...
- Isso porque tu não viu as que não dá pra enxergar com os olhos... Aí sim tu iria ficar surpreso.
(Porque ás vezes é preferível ter um acidente de carro a sofrer de amor...)
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Ser ou não ser... de ninguém.
Na hora de cantar, todo mundo enche o peito nas boates, nos bares, levanta os braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também".
No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalistas" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam o ouvido do amigo mais próximo e reclamam da solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois?
Será que os grupos Tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, onde "toda ação tem uma reação"?
Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar na boca, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo inteiro e nele os ingredientes vão além do descompromisso, como não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair mais de um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc. Embora já saibam namorar, os tribalistas não namoram. Dificilmente estão apaixonados por quem estão acompanhados, mas gostam da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalida de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas em um dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.
Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só pra dizer bom dia, é ter alguém para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar as lágrimas, enfim, é ter alguém para amar.
Já dizia o poeta que "amar se aprende amando" e se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi passada nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição. No entanto, hoje podemos optar com maior liberdade. Não se trata responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as lições que nos chegam.
A questão não é casual, mas quem sabe correlacional. Podemos aprender a amar se relacionando, trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, é ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.
Ser de todo mundo e não ser de ninguém é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para tocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e a tão temida solidão.
Não sei de quem é a autoria, mas gosto desse texto e não é de hoje. E como acréscimo pessoal: eu vou tentar me libertar. Dos meus medos. E qualquer dia desses eu conto quem é o lobo.
Beijo para o D. :)
No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalistas" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam o ouvido do amigo mais próximo e reclamam da solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois?
Será que os grupos Tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, onde "toda ação tem uma reação"?
Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar na boca, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo inteiro e nele os ingredientes vão além do descompromisso, como não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair mais de um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc. Embora já saibam namorar, os tribalistas não namoram. Dificilmente estão apaixonados por quem estão acompanhados, mas gostam da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalida de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas em um dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.
Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só pra dizer bom dia, é ter alguém para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar as lágrimas, enfim, é ter alguém para amar.
Já dizia o poeta que "amar se aprende amando" e se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi passada nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição. No entanto, hoje podemos optar com maior liberdade. Não se trata responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as lições que nos chegam.
A questão não é casual, mas quem sabe correlacional. Podemos aprender a amar se relacionando, trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, é ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.
Ser de todo mundo e não ser de ninguém é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para tocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e a tão temida solidão.
Não sei de quem é a autoria, mas gosto desse texto e não é de hoje. E como acréscimo pessoal: eu vou tentar me libertar. Dos meus medos. E qualquer dia desses eu conto quem é o lobo.
Beijo para o D. :)
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