Mesmo alguém com um grau de paranoia elevado, como eu, sabe aproveitar e amar tempos de calmaria.
Lembro-me perfeitamente das palavras de Cazuza: "o amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível."
Verdade.
Amor é vida.
E deixe todos seus traumas, receios e perversões de lado para me entender: vida é amor.
O amor é a base. Todo mundo precisar amar. Amar a família, amar o namorado, amar os amigos, amar o trabalho, amar o dinheiro. Amar. Mas se é preciso saber viver, é preciso também saber amar.
Cuidar, ensinar, aprender. Passar noite em claro, comemorar vitória que não seja sua, estremecer de preocupação, irritar-se com a teimosia alheia. O amor está em tudo. Bem a nossa volta.
E quando estamos completamente apaixonados por nós mesmo, podemos propagar isso ao mundo.
Eu amo.
Tenho esse apreço injustificável pelo drama, pelo tormento, por dar um nó na minha mente. Repito os mesmos erros nos meus relacionamentos, sempre sinto falta das mesmas coisas. E, por Deus, como sou exagerada!
Mas aí, de repente, entendo o vento como sopro, como força para ir além, um pouco mais. E resolvo repousar. Admirar o que há de lindo e o que há de ser. E acalmo o meu coração.
Sem bens, sem nomes diretos, sem convite de chá de bebê, camiseta estampada ou aliança no dedo. Amor é tudo isso. Amor é o tempo todo.
Amor é amor, e é bonito, quando a gente deixa ser.
Permita-se, na ausência de outras opções, apenas amar a vida. E você.
(A Maiara, cheia de impropérios, borros de maquiagem e cicatrizes no coração, cansou de pedir e hoje só queria agradecer - pelo coração quase saltando do peito quando New Found Glory a acorda todo dia pela manhã, pela calça um número menor que coube e combinou com o sapato novo, pelos 10 pãezinhos de queijo na estação que servem de reforço para conseguir subir o escadão sem se abalar com a dor no joelho e no calcanhar, pelo bom dia com cheiro de café dos colegas de trabalho, pelo almoço com prato repleto de salada que ela sentia falta, por conseguir resolver uma crise para um cliente, pelas conversas cheias de risada à caminho da faculdade, pelos abraços que nem precisam ser solicitados, pelas aulas que lhe acrescentam e ensinam de verdade e por ir dormir todo dia sem reclamar da respiração. Por toda a paz que chegou, que pode ficar quanto tempo quiser, possivelmente trazida por expectativas comprimidas, ausência de ilusões, gestos fofos, sinceridade nas atitudes e cafuné no abraço de conchinha de cada final de semana.)
quinta-feira, 15 de março de 2012
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Teoria do Sorvete - Exceções e Excessos.
Podia, né? A gente se beijar, se abraçar e não ter cobrança.
Parece que o mundo se dividiu. Os que querem um romance e não admitem o amor livre versus Os que desacreditam e são contra tudo isso e querem apenas um orgasmo.
Por que ver tudo como extremos opostos?
Dá pra somar! Multiplicar...
Dá pra você me ligar, falar que curtiu, que quer repetir, quem sabe.
Eu ficarei feliz, contarei para alguma amiga e sairemos de novo.
Sem promessas, sem ilusões. Só a gente. Pra variar.
Que tal?
Não estou pedindo amor, aliança e satisfações. (Nem ferrando, aliás.) Mas eu gosto de não ter o trabalho de jogar todo o joguinho da sedução em uma noite que estou a fim de ir embora acompanhada.
Não é porque eu sou mulher que tenho a obrigação de estar apaixonadinha. Nem o fato de você ser homem te obriga a me ver como um pedaço de carne.
Eu também gosto de sexo e aposto o que for que você também gosta de carinho. Sexo, cafuné, dormir de conchinha é tudo o que eu poderia querer pra nós. Viu, só? Querer, sem exigir.
Pode me pegar, tá liberado. Mas pega na minha mão também, sei lá. Só para eu saber como é. Tenho tanta necessidade de contato físico quanto de gestos fofos. E não, eu não vou confundir as coisas.
Sou grandinha, sou vacinada.
Prometo não encher o saco. E não me encha também.
Vamos conhecer outras pessoas. Não tem nada de mais.
Mas tudo isso só vale se você quiser também. Não tem graça se eu estiver nisso sozinha. Nem sou tão egoísta a esse ponto.
Vamos nessa?
Apenas aproveitar a eternidade desse instante. Todo mundo lucra.
Parece que o mundo se dividiu. Os que querem um romance e não admitem o amor livre versus Os que desacreditam e são contra tudo isso e querem apenas um orgasmo.
Por que ver tudo como extremos opostos?
Dá pra somar! Multiplicar...
Dá pra você me ligar, falar que curtiu, que quer repetir, quem sabe.
Eu ficarei feliz, contarei para alguma amiga e sairemos de novo.
Sem promessas, sem ilusões. Só a gente. Pra variar.
Que tal?
Não estou pedindo amor, aliança e satisfações. (Nem ferrando, aliás.) Mas eu gosto de não ter o trabalho de jogar todo o joguinho da sedução em uma noite que estou a fim de ir embora acompanhada.
Não é porque eu sou mulher que tenho a obrigação de estar apaixonadinha. Nem o fato de você ser homem te obriga a me ver como um pedaço de carne.
Eu também gosto de sexo e aposto o que for que você também gosta de carinho. Sexo, cafuné, dormir de conchinha é tudo o que eu poderia querer pra nós. Viu, só? Querer, sem exigir.
Pode me pegar, tá liberado. Mas pega na minha mão também, sei lá. Só para eu saber como é. Tenho tanta necessidade de contato físico quanto de gestos fofos. E não, eu não vou confundir as coisas.
Sou grandinha, sou vacinada.
Prometo não encher o saco. E não me encha também.
Vamos conhecer outras pessoas. Não tem nada de mais.
Mas tudo isso só vale se você quiser também. Não tem graça se eu estiver nisso sozinha. Nem sou tão egoísta a esse ponto.
Vamos nessa?
Apenas aproveitar a eternidade desse instante. Todo mundo lucra.
domingo, 22 de janeiro de 2012
Dei o meu coração à ele.
Dê seu coração a ele, e ele lhe dara o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não. De quantas pessoas você pode falar isso? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?
Estava chovendo. Sim, faz muito tempo e qualquer um dirá que é impossível que eu me lembre, mas sei que estava chovendo. Ele chegou quase que embrulhado pra presente, pagamento da promessa da minha mãe que jurou que me daria o que eu quisesse se parasse de chorar. Com toda minha desenvoltura de dois anos de idade, pedi por um cachorro. Chegou algum tempo depois, num sábado chuvoso e eu brinquei com ele até dormir de cansaço. No dia seguinte, bem cedo na manhã do domingo, o batizei de Xuxo. Oras, meus ídolos infantis não era muito bons mesmo, mas com dois anos e fã da Xuxa, achei que era uma baita homenagem ao meu novo amigo peludo.
Digo amigo e me lembro de todos meus ideais, valores e princípios que me fazem enxergar a amizade como algo eterno. Para mim, amizade transcende. E não há discussão, diferenças ou competição que a faça acabar. Ao menos não se ela for verdadeira.
Xuxo era mais que o mascote e o segurança da casa. Sim, ele era mimado por todos, até por quem não fazia parte da família e latia quando algum estranho cheva em casa. Mas isso era só o seu instinto.
Xuxo era meu amigo. Me lambia no rosto, corria pra mim quando eu chegava em casa e nunca, nunca saiu do meu lado.
Xuxo ouviu todos meus dramas infanto-juvenis. Ouvia e ouso dizer que me aconselhava com seus olhares. O olhar dele sempre foi seu ponto forte. Foi por causa do olhar dele que decidi que ele não tomaria mais banho fora, porque ele visivelmente detestava. Foi pelo olhar dele que eu sabia quando ele estava doente, quando ele estava assustado, quando ele só estava fazendo manha.
Eu o conhecia muito bem.
Foi pelo olhar dele também que eu entendi que ele queria ir embora. Ele tinha acabado de sair do banho, eu o secava, ele virou a cabeça desconfortavelmente para mim e pediu. Eu não aceitei, é claro que não. Como poderia? Não, ele ia lutar. Ele ia ser forte como foi a vida toda e ficaria mais tempo. Eu precisava disso.
É irônico, né? Um bicho tão egoísta como o ser humano resolver ter como companheiro uma raça tão pura e superior.
Eu pensei em mim, na falta que ele faria, em como seria não escutar os latidos dele, me gabar das peripécias dele e com quem eu desabafaria.
Não, ele não podia me deixar. Que tipo de amigo é esse que me abandona depois de 17 anos?
Foram mais de 17 anos com o mais leal dos companheiros. Foram pouquíssimas horas de sono, muita preocupação, muitos remédios e muita dor durante essa semana inteira - de ambas as partes. Então, num sábado a noite chuvoso, após três convulsões e muitas lágrimas, tive que tomar a decisão mais difícil da minha vida. É horrível, mas acredito ter feito o melhor, evitando o sofrimento de um espírito que jamais mereceria o prolongamento disso. Meu cachorro, meu melhor amigo e ouvinte por praticamente a vida inteira, vai descansar para sempre. E eu já estou com muita, muita saudade.
Um cão não é 'quase humano', e não conheço maior insulto à espécie canina do que descrevê-la como tal.
John Holmes
John Holmes
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Comigo nunca.
Sabe aquele momento que você retribui empolgadamente o aceno de alguém e descobre que não era pra você? aí você tem que disfarçar, dá uma espreguiçada e finge que nem era aquilo, como se seu gesto tivesse sido apenas um mal jeito no pescoço?
Minha vida amorosa é assim.
Cumprimento várias pessoas, todos os dias. Às vezes, me dá a impressão que conheço de algum lugar o carinha que me olha do outro lado do vagão do metrô. Se ele sorrir, eu retribuo, porque ele deve me reconhecer também. Mas não... Ele só queria me avisar que a bolsa estava aberta...
Eis um ótimo exemplo para entender o tipo de relações que estabeleci ao longo da minha vida.
Nunca tive alguém (que não fosse apenas amigo) para ligar quando eu me estressei com meu chefe. Nunca tive alguém para passar o dia junto, intercalando banhos de banheira e filmes de suspense. Nunca abracei alguém e senti o coração dele querendo pular pra fora do peito como o meu.
Admito que talvez a culpa seja minha.
Nunca me permiti acreditar em palavras fáceis e sentimento de estação.
Mas talvez eu apenas não saiba curtir. Me deixar levar sem pensar no depois. (Eu sempre penso. Demais.)
Parece que tem coisa que só não acontece comigo.
Minha vida amorosa é assim.
Cumprimento várias pessoas, todos os dias. Às vezes, me dá a impressão que conheço de algum lugar o carinha que me olha do outro lado do vagão do metrô. Se ele sorrir, eu retribuo, porque ele deve me reconhecer também. Mas não... Ele só queria me avisar que a bolsa estava aberta...
Eis um ótimo exemplo para entender o tipo de relações que estabeleci ao longo da minha vida.
Nunca tive alguém (que não fosse apenas amigo) para ligar quando eu me estressei com meu chefe. Nunca tive alguém para passar o dia junto, intercalando banhos de banheira e filmes de suspense. Nunca abracei alguém e senti o coração dele querendo pular pra fora do peito como o meu.
Admito que talvez a culpa seja minha.
Nunca me permiti acreditar em palavras fáceis e sentimento de estação.
Mas talvez eu apenas não saiba curtir. Me deixar levar sem pensar no depois. (Eu sempre penso. Demais.)
Parece que tem coisa que só não acontece comigo.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Agora não.
O fim já tinha chegado. Chegou e passou. Você sabia. Vocês não se falavam já tinha algum tempo. Nem pela internet. Você ficou sabendo que ele recebeu uma promoção no trabalho pelos amigos em comum. Viu no facebook que ele tinha cortado o cabelo. Mas você não ligou para dar parabéns nem comentou a foto. Ele não faz mais parte dos seus dias. Não faz mais parte de você. Você mesma tem frequentado mais open bares do que seu fígado pode aguentar. Fez novos amigos. Passou uma temporada no hospital e nem se preocupou em avisar ninguém. Estava cogitando aceitar o cinema com aquele cara da academia que sempre deu em cima de você. A vida estava seguindo normalmente e feliz.
Por que isso agora, então?
Isso não faz muito sentido!
Não, não faz.
E aí ele não te quer mais? Você também não quer mais ele. Certo?
Mas eu sei, incomoda. Ela faz bem mais o tipo dele. Ela dirige, fala inglês e tem a mesma idade. Ela até parece ser bonitinha. Mas pera lá, ela comete erros de português e divulga correntes na internet. Não tem nem metade do senso de humor que você orgulhosamente possui. Não sabe nem se divertir.
O que ele viu nela?
Bem, isso vai doer, mas sabemos o que ele não viu: você.
Desculpa, mas é a verdade e alguém tinha que lhe falar.
Ele não viu suas mechas descoladas, nem seu estilo inconfundível, nem seu sorriso incrível. Mas foi mais do que isso. Ele não viu ela resmungando para ele não pagar a conta, pedindo por mais atenção ou reclamando do modo que ele dirige. Ele não viu ela de óculos e short curto pedindo pra ele relaxar. Ele não quer mais você.
E você também não o quer. Ela que vai ter que lidar com o machismo e desconsideração dele, não é? Você se safou!
Por que diabos então você não está comemorando? Dói, né? Eu sei. Mas foi melhor assim. Você sabe. Você tentou. Vocês tentaram.
Dizem que os opostos se atraem, mas pode reparar: ninguém disse que eles dariam certo.
Às vezes, precisamos colocar um ponto final onde as vírgulas já não fazem mais diferença.
Por que isso agora, então?
Isso não faz muito sentido!
Não, não faz.
E aí ele não te quer mais? Você também não quer mais ele. Certo?
Mas eu sei, incomoda. Ela faz bem mais o tipo dele. Ela dirige, fala inglês e tem a mesma idade. Ela até parece ser bonitinha. Mas pera lá, ela comete erros de português e divulga correntes na internet. Não tem nem metade do senso de humor que você orgulhosamente possui. Não sabe nem se divertir.
O que ele viu nela?
Bem, isso vai doer, mas sabemos o que ele não viu: você.
Desculpa, mas é a verdade e alguém tinha que lhe falar.
Ele não viu suas mechas descoladas, nem seu estilo inconfundível, nem seu sorriso incrível. Mas foi mais do que isso. Ele não viu ela resmungando para ele não pagar a conta, pedindo por mais atenção ou reclamando do modo que ele dirige. Ele não viu ela de óculos e short curto pedindo pra ele relaxar. Ele não quer mais você.
E você também não o quer. Ela que vai ter que lidar com o machismo e desconsideração dele, não é? Você se safou!
Por que diabos então você não está comemorando? Dói, né? Eu sei. Mas foi melhor assim. Você sabe. Você tentou. Vocês tentaram.
Dizem que os opostos se atraem, mas pode reparar: ninguém disse que eles dariam certo.
Às vezes, precisamos colocar um ponto final onde as vírgulas já não fazem mais diferença.
domingo, 30 de outubro de 2011
TO WRITE LOVE ON HER ARMS
Não chorou, não fez cena, apenas digitava no celular sua senha e instruções do que deveriam fazer com as coisas que lhe eram importantes.
Não cortou os pulsos, não foi encontrada no chão do banheiro, não pulou do alto do prédio.
Apenas chegou em casa, mais uma vez. Estava sozinha, mais uma vez. Como sempre. Injustiçada, como sempre.
"Já que todos estão contra você, não acha que deveria aceitar que está errada?"
Concordo. Estou, e olha, não foi por falta de tentativa de melhorar. Sempre quis ser boa, ser pura, ser exemplar. E sempre decepcionei a todos.
Cansei. Definitivamente. De uma vez por todas.
A cada comprimido vinha uma lembrança, que só me fazia ter certeza que aquilo era, sim, a melhor atitude. Comi um ultimo pedaço de pizza. Fui deitar.
Vomitei. Muito e muito forte. Minha mãe acabou ouvindo e trouxe um balde. Péssima idéia. Não saberia dizer em que momento, no meio da minha náusea, minha mãe encontrou as cartelas de comprimidos vazias. Três caixas e meia. Ela falava comigo, variando entre raiva, decepção e mágoa misturados no desespero. Quando eu conseguia, falava que já ia passar. Era a esperança. Dessa vez, ia.
Serviço público como SAMU não faz questão nenhuma de correr quando sabe que foi tentativa de suicídio. Acho que eles estão certos. Queria que minha mãe entendesse e me deixasse e largasse o telefone. Fiquei pior e usei toda e qualquer fora que me restava para chegar pro banheiro. A visão estava embaçada e a respiração falhava. O policial chega, arruma minha roupa, pergunta se eu briguei com o namorado e me coloca no carro. É incrível como as pessoas não entendem.
Não foi namorado, não foi uma nota baixa, não foi a grana curta. Foi a vontade de continuar respirando que desapareceu. Foi-se, apenas. Foram dezoito anos tentando agradar a todos, de verdade. Foram dezoito anos de nenhum sucesso. De feitos desprezados. Sentimentos esnobados. Ideias ignoradas. Pelo mundo. E só.
Nada mais importava. Nada de bebidas, de cigarro, de remédios. Só queria que parasse. Foi fácil tomar cada comprimido e, lamento informar que não me arrependo. Cada comprimido era tomado junto com um pensamento ou sentimento que não foi tão facilmente engolido.
Foi uma madrugada terrível de sondas, dor e julgamentos. Não havia uma pessoa sequer em todo o hospital que não estivesse disposta a me dar sermão e me ensinar a viver. Não tenho raiva. Tenho pena. Sério mesmo que eles acham que entendem? "Se conseguiu passar os comprimidos, consegue passar a sonda, mocinha". "Não, não pode beber água. Pode repensar sua atitude..." e o meu favorito: "Você tem de tudo, por que fez isso?". Vamos falar de valores e ideais, então, moça? Pode ficar com cada centavo que eu mesma conquistei sozinha se você convencer minha mãe a parar de tratar isso como se fosse pouco. Nunca mais reclamo dos meus tendões inflamados se você convencer minha irmã a parar de mentir sobre mim. E realmente, entrego essa vida que vocês estão insistindo em manter ao trabalho voluntário se você me apresentar um ser humano digno de admiração pelo bom coração. Aliás, faço qualquer coisa para ignorar a minha vida. Foi exatamente o que eu estava tentando fazer.
Não, não vejo nada de poético no suicídio. Enxergo apenas o desespero. Não foi impulso, não foi a primeira vez. E vejo a força de fazer pelo menos a minha última vontade ser respeitada: QUE PARE.
Não cortou os pulsos, não foi encontrada no chão do banheiro, não pulou do alto do prédio.
Apenas chegou em casa, mais uma vez. Estava sozinha, mais uma vez. Como sempre. Injustiçada, como sempre.
"Já que todos estão contra você, não acha que deveria aceitar que está errada?"
Concordo. Estou, e olha, não foi por falta de tentativa de melhorar. Sempre quis ser boa, ser pura, ser exemplar. E sempre decepcionei a todos.
Cansei. Definitivamente. De uma vez por todas.
A cada comprimido vinha uma lembrança, que só me fazia ter certeza que aquilo era, sim, a melhor atitude. Comi um ultimo pedaço de pizza. Fui deitar.
Vomitei. Muito e muito forte. Minha mãe acabou ouvindo e trouxe um balde. Péssima idéia. Não saberia dizer em que momento, no meio da minha náusea, minha mãe encontrou as cartelas de comprimidos vazias. Três caixas e meia. Ela falava comigo, variando entre raiva, decepção e mágoa misturados no desespero. Quando eu conseguia, falava que já ia passar. Era a esperança. Dessa vez, ia.
Serviço público como SAMU não faz questão nenhuma de correr quando sabe que foi tentativa de suicídio. Acho que eles estão certos. Queria que minha mãe entendesse e me deixasse e largasse o telefone. Fiquei pior e usei toda e qualquer fora que me restava para chegar pro banheiro. A visão estava embaçada e a respiração falhava. O policial chega, arruma minha roupa, pergunta se eu briguei com o namorado e me coloca no carro. É incrível como as pessoas não entendem.
Não foi namorado, não foi uma nota baixa, não foi a grana curta. Foi a vontade de continuar respirando que desapareceu. Foi-se, apenas. Foram dezoito anos tentando agradar a todos, de verdade. Foram dezoito anos de nenhum sucesso. De feitos desprezados. Sentimentos esnobados. Ideias ignoradas. Pelo mundo. E só.
Nada mais importava. Nada de bebidas, de cigarro, de remédios. Só queria que parasse. Foi fácil tomar cada comprimido e, lamento informar que não me arrependo. Cada comprimido era tomado junto com um pensamento ou sentimento que não foi tão facilmente engolido.
Foi uma madrugada terrível de sondas, dor e julgamentos. Não havia uma pessoa sequer em todo o hospital que não estivesse disposta a me dar sermão e me ensinar a viver. Não tenho raiva. Tenho pena. Sério mesmo que eles acham que entendem? "Se conseguiu passar os comprimidos, consegue passar a sonda, mocinha". "Não, não pode beber água. Pode repensar sua atitude..." e o meu favorito: "Você tem de tudo, por que fez isso?". Vamos falar de valores e ideais, então, moça? Pode ficar com cada centavo que eu mesma conquistei sozinha se você convencer minha mãe a parar de tratar isso como se fosse pouco. Nunca mais reclamo dos meus tendões inflamados se você convencer minha irmã a parar de mentir sobre mim. E realmente, entrego essa vida que vocês estão insistindo em manter ao trabalho voluntário se você me apresentar um ser humano digno de admiração pelo bom coração. Aliás, faço qualquer coisa para ignorar a minha vida. Foi exatamente o que eu estava tentando fazer.
Não, não vejo nada de poético no suicídio. Enxergo apenas o desespero. Não foi impulso, não foi a primeira vez. E vejo a força de fazer pelo menos a minha última vontade ser respeitada: QUE PARE.
domingo, 10 de julho de 2011
Irresponsabilidade Social
As pessoas sempre vão embora. Elas vem, mas não deveriam. Vem quando não deveriam. Se vão quando a gente mais precisa. Deixam aquele vazio. E vazio é ruim. Está vazio porque foi preenchido antes, um dia. E para que, então, tirar depois? Assim, sem nem dar satisfação.
As pessoas não conseguem mais se dedicar. Não querem mais. Não podem ficar mais tempo. Não se empenham. E reclamam. Porque como não dá para se comprar pessoas especiais em lojas, decidiram que não era importante.
Porque eu não quero receber scraps, inbox e sms em que dizem sentir minha falta, se não dá para arranjar um tempo para me ver. Não quero ser apresentada à amigos e a família, se na real eu for só mais uma. Não quero entrar no seu carro, se não puder entrar também na sua vida. Não quero responder você no msn, se a conversa for ficar pela metade. Não quero me divertir com você na balada, se eu não puder contar com a sua ajuda quando o pneu do meu carro furar. Não quero saber do seu passado se não quiser viver comigo o seu presente. Não quero que faça planos comigo se não puder me incluir no seu futuro.
Não, eu não vou perdoar você não ter nem ao menos me ligado para saber se eu estava bem após eu ter tido uma convulsão. Considero, sim, uma espécie de compromisso verificar se eu preciso de um abraço, chocolate ou tequila depois que meu namoro termina. Se você não sabe quais são meus problemas, é exatamente porque se ausentou e não tomou cuidado com o que era tua responsabilidade por ter cativado. Digo, só se você se importar.
Sabe, eu também detesto cobranças. Não vou lhe cobrar nada, muito menos, aquilo que você não pode me dar. Por isso já aviso para que nem perca seu tempo comigo. Porque se for encarar o desafio, eu vou pedir para que, se resolver estar comigo, que realmente esteja. De olhos fechados e celular desligado. E apenas se for verdade. Se for a sua vontade. Não apareça com meio termos, com ausência de opinião ou posicionamento. Não venha pela metade, com mais ou menos. Só quero se for inteiro. Completo. Desculpa, nunca me contentei com resto, migalhas, pedacinhos. Quero corpo, alma, traumas, vísceras, cicatrizes, tripas e falta de ar. Por favor, seja todo e completamente você. Para mim, quem sabe.
Por uma sociedade mais legal. E leal.
Dedicação total a você.
Porque eu gosto mesmo do que é intenso e sincero.
"Exagerada toda a vida, minhas paixões são ardentes. Minhas dores de cotovelo, de querer morrer. Louca do tipo desvairada. Briguenta de to de mal para sempre. Durmo treze horas seguidas. Meus amigos são meio-irmãos, meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos!"
(Obs: Tem dedinho de Brena Braz e de Caio F, mas a revolta é toda minha.)
As pessoas não conseguem mais se dedicar. Não querem mais. Não podem ficar mais tempo. Não se empenham. E reclamam. Porque como não dá para se comprar pessoas especiais em lojas, decidiram que não era importante.
Porque eu não quero receber scraps, inbox e sms em que dizem sentir minha falta, se não dá para arranjar um tempo para me ver. Não quero ser apresentada à amigos e a família, se na real eu for só mais uma. Não quero entrar no seu carro, se não puder entrar também na sua vida. Não quero responder você no msn, se a conversa for ficar pela metade. Não quero me divertir com você na balada, se eu não puder contar com a sua ajuda quando o pneu do meu carro furar. Não quero saber do seu passado se não quiser viver comigo o seu presente. Não quero que faça planos comigo se não puder me incluir no seu futuro.
Não, eu não vou perdoar você não ter nem ao menos me ligado para saber se eu estava bem após eu ter tido uma convulsão. Considero, sim, uma espécie de compromisso verificar se eu preciso de um abraço, chocolate ou tequila depois que meu namoro termina. Se você não sabe quais são meus problemas, é exatamente porque se ausentou e não tomou cuidado com o que era tua responsabilidade por ter cativado. Digo, só se você se importar.
Sabe, eu também detesto cobranças. Não vou lhe cobrar nada, muito menos, aquilo que você não pode me dar. Por isso já aviso para que nem perca seu tempo comigo. Porque se for encarar o desafio, eu vou pedir para que, se resolver estar comigo, que realmente esteja. De olhos fechados e celular desligado. E apenas se for verdade. Se for a sua vontade. Não apareça com meio termos, com ausência de opinião ou posicionamento. Não venha pela metade, com mais ou menos. Só quero se for inteiro. Completo. Desculpa, nunca me contentei com resto, migalhas, pedacinhos. Quero corpo, alma, traumas, vísceras, cicatrizes, tripas e falta de ar. Por favor, seja todo e completamente você. Para mim, quem sabe.
Por uma sociedade mais legal. E leal.
Dedicação total a você.
Porque eu gosto mesmo do que é intenso e sincero.
"Exagerada toda a vida, minhas paixões são ardentes. Minhas dores de cotovelo, de querer morrer. Louca do tipo desvairada. Briguenta de to de mal para sempre. Durmo treze horas seguidas. Meus amigos são meio-irmãos, meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos!"
(Obs: Tem dedinho de Brena Braz e de Caio F, mas a revolta é toda minha.)
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Saudade, um destino.
Acabou. Como eu previ no instante em que os nossos lábios se tocaram pela primeira vez. Mas foi pior do que eu achei que seria, quando desejei por isso. Eu não estive apaixonada. Não havia o menor sinal de borboletas ou qualquer outro bicho patético no meu estômago. Eu achava que estava no controle da situação. E é sempre assim que a gente se ferra, né?
Você não levava nada a sério, não se comunicava direito comigo (logo eu, que estudo comunicação social), não me respeitava. Você tinha um filho. Gostava de black. Não suportava cigarro. E são duas da manhã de um domingo e eu sinto a sua falta. Bastante.
É tão errado, não é? Bati o pé para não conhecer sua mãe, para não falarmos de compromisso, para você não conhecer meus amigos. E agora eu sinto vontade de chorar e queria um abraço seu. Queria sua mão me esquentando, reclamar da sua barba e sentir ciúme dos seus amigos.
Eu que não gostava direito de você, esperei ansiosamente, como criança em véspera de natal, que você me presenteasse com seu afeto, com sua paixão. Não pelas palavras, que vieram cedo demais. Queria que você viesse me dar remédio quando eu estivesse doente ou que você desistisse do jogo do time do seu coração para vir ficar comigo e minha carência de domingo. Assim como eu fiz por você.
Não foi justo. Logo eu, que sempre prezei pela lealdade. Foi sempre do seu jeito, sempre me anulando, sempre insistindo. Porque achava que valia. A certeza que não terminaria me magoando era motivadora.
Pois é, não aprendi. Todos os meus desastrosos relacionamentos não me ensinaram nada. Eu continuo insistindo nas pessoas e nos homens. Insistindo nesse tal de amor. Amor que eu já desprezei e afirmei que não existia diversas vezes.
Não adianta pedir para você voltar. Só vai aumentar a agonia e meu consumo de café com whisky e chocolate. Mas o que eu faço se dói de olhar para o meu celular que insiste em avisar que "não, Maiara, não há novas mensagens"? E a pizza que você está me devendo? E nossas visitas de madrugada ao Fran's Café? E se sua irmã me ligar de novo? E quando minha mãe me perguntar de você? E a minha culpa?
Sim, sei que a gente não ia mesmo dar certo. Sei que paramos até tarde demais. Não quero mais me estressar, sentir que você não está sendo honesto, engolir o choro e pedir para você me levar para casa. Não quero mais ficar com alguém que me deixa sozinha. Mas queria você. Assim, como quem não quer nada.
Sempre foi a saudade que acabou ficando comigo até o final.
Você não levava nada a sério, não se comunicava direito comigo (logo eu, que estudo comunicação social), não me respeitava. Você tinha um filho. Gostava de black. Não suportava cigarro. E são duas da manhã de um domingo e eu sinto a sua falta. Bastante.
É tão errado, não é? Bati o pé para não conhecer sua mãe, para não falarmos de compromisso, para você não conhecer meus amigos. E agora eu sinto vontade de chorar e queria um abraço seu. Queria sua mão me esquentando, reclamar da sua barba e sentir ciúme dos seus amigos.
Eu que não gostava direito de você, esperei ansiosamente, como criança em véspera de natal, que você me presenteasse com seu afeto, com sua paixão. Não pelas palavras, que vieram cedo demais. Queria que você viesse me dar remédio quando eu estivesse doente ou que você desistisse do jogo do time do seu coração para vir ficar comigo e minha carência de domingo. Assim como eu fiz por você.
Não foi justo. Logo eu, que sempre prezei pela lealdade. Foi sempre do seu jeito, sempre me anulando, sempre insistindo. Porque achava que valia. A certeza que não terminaria me magoando era motivadora.
Pois é, não aprendi. Todos os meus desastrosos relacionamentos não me ensinaram nada. Eu continuo insistindo nas pessoas e nos homens. Insistindo nesse tal de amor. Amor que eu já desprezei e afirmei que não existia diversas vezes.
Não adianta pedir para você voltar. Só vai aumentar a agonia e meu consumo de café com whisky e chocolate. Mas o que eu faço se dói de olhar para o meu celular que insiste em avisar que "não, Maiara, não há novas mensagens"? E a pizza que você está me devendo? E nossas visitas de madrugada ao Fran's Café? E se sua irmã me ligar de novo? E quando minha mãe me perguntar de você? E a minha culpa?
Sim, sei que a gente não ia mesmo dar certo. Sei que paramos até tarde demais. Não quero mais me estressar, sentir que você não está sendo honesto, engolir o choro e pedir para você me levar para casa. Não quero mais ficar com alguém que me deixa sozinha. Mas queria você. Assim, como quem não quer nada.
Sempre foi a saudade que acabou ficando comigo até o final.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Simples de coração.
Eu só queria ser simples de coração. Não pensar mil vezes nas mesmas coisas, não hesitar diante de uma oportunidade, não me importar com coisas pequenas, não decidir ser chato apenas para fazer valer minha opinião – quando meu espírito, mesmo beligerante, está mais para uma expressão pacífica da diplomacia.
Eu queria ser simples de coração, mas não sou. Sou impulsivo demais, desastrado demais, orgulhoso demais, retraído demais. Ofendido demais. Eu sou um reflexo daquilo que, durante muito tempo, eu não quis ser.
Aliás, parando para pensar com bastante justiça e discernimento, eu nunca pensei em quem eu era ou em quem eu queria ser. Apenas fui sendo formado, forçado, crescendo, errando, mentindo, omitindo, falseando, sonhando, contando. Apenas fui. E, hoje, sou.
Queria ser simples de coração porque os simples de coração não parecem se preocupar com as contas, apenas trabalham e as pagam, nem com a briga com a mulher que amam, apenas vão lá e dizem “ok, amor, podemos fazer de um jeito diferente, vamos pensar num juntos?”, apenas vão lá e escrevem, apenas vão lá e contam, apenas vão lá e vivem.
Os complicados de coração não têm a chance, sequer a chance de serem um dia simples de coração. É impossível para eles conseguirem imaginar que uma pessoa possa ser mais simples, não bater tanta cabeça por bobagem, não assumir coisas que não existem…
Os complicados de coração, ora, não o são por talento ou por vontade. São por que foram construídos assim. Ensinaram para eles que as coisas têm que ser do jeito deles, que meninas não andam sozinhas na rua depois das 22h, que azul é azul e acabou-se a história e passar a gostar de gatos quando a vida inteira os temeu e os odiou é um sacrifício imenso. Percebam que, mesmo eu sendo um assumido complicado de coração, não consigo encontrar exemplos que sustentem a lógica da coisa.
Cresci e crescemos com crenças absolutas e hoje quando lembro da minha mãe elogiando largamente minha inteligência e ressaltando a minha preguiça em aliar a esta um esforço por notas melhores, entendo de onde vem o meu ego inflado e minha preguiça. Ou o modo enrolado como eu resolvo algumas coisas. Ou a minha incapacidade de lidar com discussões sérias. Ou a minha ineficiência em ser organizado. Criei dentro de mim a necessidade de um pequeno caos constante que me alimenta e me aflige e assim produzo, penso, durmo, amo, vivo.
Quase sempre é muito difícil conviver com uma pessoa assim, complicada de coração. Mas pare e pense como é tão mais complicado sê-la. Como é tão mais complicado se odiar no segundo seguinte ao erro repetido. Como é tão mais complicado ser assim e [não] saber que pode ser de outro jeito.
Assim, e por já não ter muito mais o que falar, peço desculpas. Pelo tom de voz, pela empáfia, pela impaciência na espera, pela ironia, pelas coisas que disse e sustentei, pelas inseguranças bobas, pelas contradições, pela falta de tato, pelo sono absurdo, por parecer distante, por ser tão complicado. De coração, de mente, de peito. De tudo.
(Não é meu. O texto é do Jansen, do blog: http://aidoutorquedor.wordpress.com/. Mas meu coração complicado se sentiu no direito de se apossar. Não é fácil!)
Eu queria ser simples de coração, mas não sou. Sou impulsivo demais, desastrado demais, orgulhoso demais, retraído demais. Ofendido demais. Eu sou um reflexo daquilo que, durante muito tempo, eu não quis ser.
Aliás, parando para pensar com bastante justiça e discernimento, eu nunca pensei em quem eu era ou em quem eu queria ser. Apenas fui sendo formado, forçado, crescendo, errando, mentindo, omitindo, falseando, sonhando, contando. Apenas fui. E, hoje, sou.
Queria ser simples de coração porque os simples de coração não parecem se preocupar com as contas, apenas trabalham e as pagam, nem com a briga com a mulher que amam, apenas vão lá e dizem “ok, amor, podemos fazer de um jeito diferente, vamos pensar num juntos?”, apenas vão lá e escrevem, apenas vão lá e contam, apenas vão lá e vivem.
Os complicados de coração não têm a chance, sequer a chance de serem um dia simples de coração. É impossível para eles conseguirem imaginar que uma pessoa possa ser mais simples, não bater tanta cabeça por bobagem, não assumir coisas que não existem…
Os complicados de coração, ora, não o são por talento ou por vontade. São por que foram construídos assim. Ensinaram para eles que as coisas têm que ser do jeito deles, que meninas não andam sozinhas na rua depois das 22h, que azul é azul e acabou-se a história e passar a gostar de gatos quando a vida inteira os temeu e os odiou é um sacrifício imenso. Percebam que, mesmo eu sendo um assumido complicado de coração, não consigo encontrar exemplos que sustentem a lógica da coisa.
Cresci e crescemos com crenças absolutas e hoje quando lembro da minha mãe elogiando largamente minha inteligência e ressaltando a minha preguiça em aliar a esta um esforço por notas melhores, entendo de onde vem o meu ego inflado e minha preguiça. Ou o modo enrolado como eu resolvo algumas coisas. Ou a minha incapacidade de lidar com discussões sérias. Ou a minha ineficiência em ser organizado. Criei dentro de mim a necessidade de um pequeno caos constante que me alimenta e me aflige e assim produzo, penso, durmo, amo, vivo.
Quase sempre é muito difícil conviver com uma pessoa assim, complicada de coração. Mas pare e pense como é tão mais complicado sê-la. Como é tão mais complicado se odiar no segundo seguinte ao erro repetido. Como é tão mais complicado ser assim e [não] saber que pode ser de outro jeito.
Assim, e por já não ter muito mais o que falar, peço desculpas. Pelo tom de voz, pela empáfia, pela impaciência na espera, pela ironia, pelas coisas que disse e sustentei, pelas inseguranças bobas, pelas contradições, pela falta de tato, pelo sono absurdo, por parecer distante, por ser tão complicado. De coração, de mente, de peito. De tudo.
(Não é meu. O texto é do Jansen, do blog: http://aidoutorquedor.wordpress.com/. Mas meu coração complicado se sentiu no direito de se apossar. Não é fácil!)
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Guiness Book.
Oficialmente, tu bateu recordes. Primeiro, que ninguém nunca ganhou um texto meu antes de cinco dias corridos de intensidade. Segundo, nunca ninguém ganhou dois textos meus no período de tempo de uma semana e meia. Terceiro, que ninguém (e olha, isso é louvável... se não fosse trágicômico!) nunca, jamais, em hipótese alguma me fez sentir tantas coisas opostas, confusas, intensas e sem sentido em um período de trinta horas. Quarto, porque eu não estou apaixonada por você. Nem um pouco, nem começando (o que, honestamente, surpreende até a mim mesma)... mas definitivamente, obcecada e interessada.
Descobri que sempre usei o termo "pessoa singular" de forma equivocada. Porque ninguém merece mais essa definição do que você. E mesmo eu sendo bipolar (da forma comum-humana e da forma de doença), eu gostaria que esse misto ruim de sensações parasse. Veja bem, após comer algo pesado, tu pode até beber, mas não entrar numa montanha-russa. E definitivamente, rebuliços no estômago não são necessariamente um possível encantamento, considerando que a cerveja social do final de semana também é capaz de provocar isso.
A conclusão desse texto é que eu adoro crianças. Muito. Assim como adoro a humanidade. O que me irrita mesmo são os humanos.
Para complementar, já fazem dois meses.
E a gente ainda está sorrindo.
Mais um recorde!
Descobri que sempre usei o termo "pessoa singular" de forma equivocada. Porque ninguém merece mais essa definição do que você. E mesmo eu sendo bipolar (da forma comum-humana e da forma de doença), eu gostaria que esse misto ruim de sensações parasse. Veja bem, após comer algo pesado, tu pode até beber, mas não entrar numa montanha-russa. E definitivamente, rebuliços no estômago não são necessariamente um possível encantamento, considerando que a cerveja social do final de semana também é capaz de provocar isso.
A conclusão desse texto é que eu adoro crianças. Muito. Assim como adoro a humanidade. O que me irrita mesmo são os humanos.
Para complementar, já fazem dois meses.
E a gente ainda está sorrindo.
Mais um recorde!
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